quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Formação dos Estados Nacionais - Resumo

FRAGMENTAÇÃO POLÍTICA

Um dos marcos do fim da Antiguidade foi a queda definitiva do Império Romano Ocidental na segunda metade do século V. A relevância do fato advém não apenas da importância até então possuída pelo Império, mas igualmente das poderosas transformações que seu colapso proporcionou. A partir de então, a Europa Ocidental sofrera um intenso abalo em suas estruturas, algo que se mostrava notável através do drástico processo de ruralização e do consequente enfraquecimento das cidades e atividades comerciais.
Em decorrência deste cenário caótico, começaram a surgir lideranças políticas locais que se colocavam na defesa de pequenos grupos populacionais. Em geral, tratavam-se de nobres que dominavam condados, ducados e outras localidades menores. Ao invés do imperador e seu exército, caberia agora a tais líderes combater às diversas ameaças que então passaram a assolar a recém-formada sociedade medieval. Deste modo, as instituições políticas sofrem um poderoso processo de descentralização, aspecto este que viria a caracterizar a Europa Ocidental ao longo de boa parte da Idade Média.

CRISE MEDIEVAL

No entanto, especialmente no desenrolar da Baixa Idade Média, mudanças se sucederam em favor da revitalização comercial e urbana, processo este que comportou igualmente a centralização territorial e política nas mãos dos monarcas. O soberano surgia, então, como aquele que seria capaz de reorganizar as novas relações sociais e econômicas, confrontando o caos que caracterizou a Europa Ocidental durante a chamada “Crise Medieval do século XIV”.
Evidentemente que este processo de constituição das monarquias nacionais foi bastante longo e tortuoso. Para seu sucesso contribuiu uma série de fatores, como a criação de exércitos nacionais – que deveriam garantir a aplicação das determinações reais – e a elaboração de legislações que submetessem todos os súditos ao Estado. Além disso, as moedas e mercados nacionais foram unificados, assim como a cobrança de impostos monopolizada pelo governo.
Com a crise medieval e o advento da Idade Moderna, os “Estados Nacionais Modernos” são formados justamente a partir do fortalecimento do poder do rei e de seu Estado. Tais governos se amparavam em uma enorme máquina burocrática, onde uma grande variedade de instituições e cargos administrativos atuavam com o objetivo de consolidar o poder real. Surgiam, assim, as monarquias absolutistas.

MONARQUIAS ABSOLUTISTAS

Nos diversos países da Europa onde o Absolutismo imperou, o monarca buscou ampliar seu poder através da constituição de alianças com representantes dos setores sociais mais importantes. Com a Igreja Católica, por exemplo, diversos acordos foram feitos, buscando-se com isso transformar fiéis em súditos obedientes. Ao mesmo tempo, nobres falidos eram sustentados pelo Estado e passavam a integrar a base política do rei absolutista.
Em um momento de incremento das relações comerciais pela Europa e dessa com outras regiões do mundo, o monarca absolutista preocupa-se igualmente em obter o apoio da burguesia comercial. Esta, por sua vez, entende a aliança com o rei como um fator fundamental à unificação dos mercados e à abertura de suas rotas comerciais pelo mundo, aspectos essenciais ao crescimento de seus lucros.

DICA 
 

  • Buscando ampliar seu poder por todo o território nacional, diversos governos absolutistas utilizaram o censo populacional como uma importante estratégia para obter maiores informações sobre seus súditos. Na atualidade, o governo brasileiro faz uso muito parecido do censo. Na página Censo 2010 estão disponíveis todos os dados do último censo nacional. 
Além do apoio de tais setores sociais, o Estado absolutista foi empoderado através das teorias elaboradas por importantes pensadores do período. O inglês Thomas Hobbes, por exemplo, buscou legitimar o absolutismo real em seu livro Leviatã. Nesta obra, Hobbes afirma ser necessário a realização de um pacto social entre o rei e seus súditos, a partir do qual estes últimos cederiam toda sua liberdade ao primeiro, que em troca lhes garantiria uma sociedade pacífica e ordeira.
Salientando as fortes relações existentes entre a Igreja e o Estado absolutista, o membro do clero francês Jacques Bossuet legitimava a ditadura monárquica como sendo esta fruto da vontade divina. Deste modo, o poder do rei seria um direito concedido por Deus e, portanto, não poderia ser contestado.
De um modo geral, as monarquias absolutistas imperaram na Europa durante toda a Idade Moderna. Suas estruturas começaram a ruir à medida que diversos grupos sociais passaram a reivindicar o estabelecimento de organizações políticas mais liberais. Nesse processo de depreciação do Absolutismo, as Revoluções Inglesas do século XVII e a difusão dos ideais iluministas se apresentaram como acontecimentos fundamentais. E como símbolo maior dessa crise, a Revolução Francesa, a partir da qual o Absolutismo passa a ser identificado como o Antigo Regime.

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