terça-feira, 8 de outubro de 2019

Os engenhos de açúcar no Brasil colonial

engenho de açúcar no Brasil colonial designa o local onde foi produzido o açúcar durante o período colonial. Ou seja, eram as fazendas que representavam a unidade de produção de açúcar.
Vale lembrar que os engenhos coloniais surgem no século XVI, quando tem início o segundo ciclo econômico do Brasil: o ciclo da cana-de-açúcar.

O ciclo da cana-de-açúcar foi a primeira atividade economicamente organizada do Brasil. teve início no Brasil colônia, na época em que foram criadas as capitanias hereditárias. A empresa açucareira brasileira foi durante os séculos XVI e XVII, a maior empresa agrícola do mundo ocidental. Mas foi no Nordeste do país, que a empresa atingiu seu grau maior de desenvolvimento, notadamente nos Estados de Pernambuco e Bahia, tornando assim o Nordeste como o centro dinâmico da vida social, política e econômica do Brasil.
As primeiras mudas chegaram da Europa em meados do século XVI. Os portugueses, colonizadores das terras pertencentes ao Brasil, já possuíam técnicas de plantio na medida que já cultivavam e produziam o produto em outras partes do mundo. nas ilhas atlânticas de Madeira e Açores, que também eram colonizadas por Portugal.

A primeira razão se deve ao fato de os portugueses já dominarem as técnicas de plantio da cana-de-açúcar. Além disso, o açúcar era um produto de grande aceitação na Europa e oferecia grande lucro. Por fim, também devemos destacar o clima e o solo brasileiro como dois fatores naturais que favoreciam esse tipo de atividade.

Estrutura dos Engenhos Coloniais


 Os engenhos de açúcar que existiram no Brasil durante o período colonial são um exemplo da cultura material.

 

Canavial: onde o açúcar era cultivado nas grandes extensões de terra denominadas de latifúndios. Ali começava o processo, ou seja, o plantio e a colheita do produto.

 
Depois da exploração do pau-brasil e a noção da escassez dos metais preciosos de fácil acesso, percebem o potencial do plantio nas ilhas e terras banhadas pelo Atlântico, e a partir do século XVI começa o processo de exploração do plantio da cana-de-açúcar.

 

  • Moenda: local para moer ou esmagar o produto utilizado principalmente, pela tração animal, onde era esmagado o caule e extraído o caldo da cana. Podiam também ter moendas que utilizavam a energia proveniente da água (moinho) ou ainda ela força humana: dos próprios escravos.

  • Casa das Caldeiras: aquecimento do produto em tachos de cobre.

  • Casa das Fornalhas: uma espécie de cozinha que abrigava grandes fornos que aqueciam o produto e o transformavam em melaço de cana.




  • Casa de Purgar: local onde era refinado o açúcar e finalizado o processo.

  • Plantações: Além dos canaviais, havia as plantações de subsistência (hortas), em que eram cultivados outros tipos de produtos (frutas, verduras e legumes) destinados à alimentação da população.
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A casa-grande


 residência do senhor de engenho, assobradada ou térrea e sempre bem imponente, constituía o centro de irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande se completava com a capela, onde as pessoas da comunidade, aos domingos e dias santificados, reuniam-se para as cerimônias religiosas. Próximo se erguia a senzala, habitação dos escravos, classificados como "peças", que se contavam às centenas nos maiores engenhos. Os rios, vias de escoamento do açúcar, eram também com freqüência as únicas estradas de acesso: por eles vinham as toras que alimentavam as fornalhas do engenho e os gêneros e artigos manufaturados adquiridos alhures, como tecidos e louças, ferramentas e pregos, papel e tinta, barris de vinho ou de azeite.
  • Senzala: locais que abrigavam os escravos. Apresentam condições muito precárias, donde os escravos dormiam no chão de terra batida. Durante a noite, eles eram acorrentados para evitar a fuga.

      Construídas com barro, madeira, telha ou palha foram nomeadas por Joaquim Nabuco como “o grande pombal negro”. Elas existiram juntamente com a escravidão, ou seja, entre os séculos XVI e XIX. Além de abafadas (por possuírem poucas janelas cercadas com grades) também eram desconfortáveis pela grande quantidade de pessoas alojadas ali. No mais, não possuíam divisórias e os seus “habitantes” se viam obrigados a dormir no chão – quase sempre de terra batida, em alguns locais, com palha. Há registros de senzalas que possuíam tarimbas: tábuas de madeira posicionadas a mais ou menos três pés de distância do chão. Apesar da precariedade, os homens dormiam separados das mulheres e das crianças. 

  • Na parte exterior da construção a senzala possuía, à sua frente, o pelourinho – um tronco com corda utilizado para castigar os negros – e, aos fundos, sanitários primitivos feitos com barricadas de água cheias até a metade que eram esvaziados e limpos uma vez ao dia. Também há um fogão improvisado, utilizado pelos escravos para assar a própria comida – geralmente pesca e caça, ou sobras.
    Abertas até as dez horas da noite para convívio, ao som de uma espécie de campainha as senzalas eram trancadas e somente reabertas no dia seguinte, uma hora antes do início das tarefas diárias.

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